“Quando se diz que “o Espírito Santo nos habita e que sente
ciúmes de nós” (...)muita gente pensa “em ciúmes” com as mesmas
categorias que um cônjuge sente ciúmes de um outro que ande em leviandades ou
em descuidos relacionais. Entretanto, não é assim o ciúme do Espírito.
O ciúme do Espírito é contra tudo o que não seja vida segundo Deus; é contra
toda nossa traição de nós mesmos e da vida;(...) é uma tristeza santa pela nossa
entrega ao que mata ou adoece o ser;(...) é o desnamoro do eterno com as
nossas más escolha no existir!
O Espírito sente ciúmes do modo como não damos
valor a nós mesmos, entregando-nos de modo banal ao que não seja carregado de
significado, vida e amor. O
Espírito não sente ciúme da sua namorado, mas do seu modo de namorar; não sente
ciúmes do seu sexo, mas da escolha des-significada com a qual você o pratica;
não sente ciúmes da sua felicidade, mas do seu autoengano de felicidade; não
sente ciúmes do seu trabalho, mas do modo como você o faz; não sente ciúmes do
seu amor, mas da sua possível idolatria afetiva. (...) sente ciúmes das nossas vaidades; das
nossas soberbas; das nossas escolhas pelas banalidades; das nossas obediências
ao capricho divinizado; das nossas idolatrias materiais; dos nossos cultos ao
sucesso; (...) da nossa entrega à religião como um fim em si mesmo; dos altares
de falsas importâncias aos quais nós possamos nos dedicar! (...)
O ciúme do Espírito é contra tudo o que eu não
possa fazer em Deus, dando graças a Deus, e com amor, respeito e reverência
para com o meu próximo e para com a vida! (...)Então, quando é assim, o
Espírito geme angustiado em mim; e, frequentemente as angústias que sinto são
as angústias Dele em mim; buscando me lembrar de que a vida com Deus é um
casamento da consciência com a verdade, a fé e o amor...” - CaioFábio
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